VAIAS NA OLIMPÍADA

Nós brasileiros não somos naturalmente mal educados e agressivos. Somos
mais artistas que sábios, mais festivos que trabalhadores. Este tem sido um
verniz cultural identificado por estudiosos da alma nacional. Entre as
razões que explicam o fenômeno, aponta-se o feixe que anima o espírito
brasileiro; improvisação, cordialidade, jeitinho. Costuma-se dizer que
levamos a sério coisas com que nos divertimos, e o carnaval é o melhor
exemplo disso, haja vista a competitividade pela disputa do título da maior
escola de samba. Como já poetou Carlos Drummond de Andrade para interpretar
o brasileiro, “brincar é seu destino, ainda quando há desrazões de ser
feliz”. O Brasil tem cara de quem está sempre fazendo cirurgia plástica.
Aliás, o conceito de “provisório” é tão brasileiro que se confunde com o
antônimo “permanente”. Nenhum da história mindial tínhamos sido reconhecidos
pela falta de educação e hostilidade, agora sim. Na Olimpíada Rio 2016 nossa
galera vem xingando, vaiando, brigando, interferindo na concentração de
atletas em um bulling coletivo, num verdadeiro atentado ao fair play
olímpico. Nossas arquibancadas estão sendo criticadas nos jornais do mundo
todo. Qual a razão dessa transformação surpreendente de nosso povo? Dentre
outros, julgo ser fruto da Epopéia Lulopetista de mais de uma década. Nesse
período os direitos se sobrepuseram às obrigações, os resultados
justificaram os meios, o coletivo pode ser transformado em individual. Os
exemplos foram péssimos. Lula vangloriava-se de ser semi analfabeto, ter
chegado a presidência sem nunca ter lido um livro, ter ganho a vida nos
porões sindicais, ter assediado as viuvinhas dos companheiros falecidos (
segundo ele mesmo em entrevista a revista Playboy em 1979). Já Dilma mentiu
desde o começo ao mencionar um mestrado e doutorado, sendo formada com
sofreguidão em economia. Contraventores esparramaram-se no Brasil todo
assumindo seu comando. Sindicatos descontrolados e aliciados por interesse
pessoais, movimentos sociais sem missão social, Congresso Nacional tomado
por ladrões. Roubar, aliciar, corromper, foi regra e não exceção. Os
exemplos do império Lulopetista impregnou em nosso povo a anti-cultura do
quanto pior melhor. As crianças vem assistindo quinze anos de exemplos
negativos, “como nunca antes visto na história desse País”. Levaremos
décadas para recuperar a educação e a fraternidade coletiva.