SUCESSÃO EM EMPRESAS FAMILIARES

As empresas de origem familiar respondem por quase metade do PIB nacional,
85% delas são pequenas e empregam 40% dos trabalhadores nacionais com
carteira assinada. Considerando que grande parte dos empreendimentos
nacionais fecham suas portas poucos anos depois de sua abertura, sobreviver
por décadas é uma prova inconteste do sucesso das companhias criadas e
administradas – geração após geração – pela mesma família. Mas, para alcançar décadas de vida, essas veteranas do capitalismo nacional precisaram
superar muitas dificuldades. Um dos grandes obstáculos enfrentados pelas
empresas familiares acontece na hora de transferir o negócio para a próxima
geração. Os problemas surgem quando o fundador percebe que o sonho que teve
ao criar seu empreendimento pode não ser o mesmo dos seus herdeiros.
Geralmente, ele constrói o negócio com base em necessidades pessoais ou até
mesmo a partir de um desejo de superação, e o problema é que ele não
pergunta aos filhos o que eles querem. Outro entrave à sucessão é que não se
pode transferir carisma e liderança, características que costumam ser marca
dos fundadores de empresas bem-sucedidas. Para amenizar essa dificuldade, a
alternativa é executar a transição aos poucos, com planejamento amplo e
responsável com o fundador presente no dia a dia. Há três itens essenciais
na sucessão. Primeiro, descobrir se a nova geração deseja dirigir o negócio,
o que nem sempre ocorre. Em caso positivo, o segundo item é que os herdeiros
se preparem para assumir o comando. Já o terceiro item, uma vez à frente do
negócio, eles devem evitar ser vistos como “filhos do dono”.
Profissionalizar é a solução para manter as empresas familiares vivas no
mercado, para tal faz-se necessário plano transparente de sucessão que é a
garantia da perpetuação empresarial. A sucessão nem sempre acontece de modo
natural, sendo necessário um projeto personalizado e criterioso. Nesse
limiar de século 21, ou se profissionaliza fazendo a sucessão do poder de
forma transparente, ou a empresa pode desaparecer. Os descendentes podem
perfeitamente trabalhar e assumir a liderança empresarial, mas precisam ter
em mente os valores da organização e do fundador. Costumo mencionar que o
fundador é eterno, os herdeiros se revezam.