E a produção industrial não reage

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou essa semana dados sobre o desempenho da produção industrial em junho, que aumentou 0,2% em relação a maio, o que representa um fato decepcionante e caracteriza nitidamente a desaceleração no setor.

A atuação da indústria no primeiro semestre marca uma queda de 3,8% perante o mesmo período do ano passado, e se comparada com junho de 2011 a queda foi ainda maior, de 5,5%.

Apesar dos incentivos governamentais para o setor de automotivo e produtos da linha branca não foram suficientes para segurar o tombo acentuado dos demais segmentos.

Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que os incentivos criados pelo Plano Brasil Maior há um ano, com o objetivo de acelerar os investimentos não mudou o humor e nem o comportamento do empresariado (O Estado de São Paulo).

Perante esses dados aumenta a expectativa que o Comitê de Política Monetária (Copom) determine mais um corte, de 0,5%, na taxa de juro básico (Selic), em sua próxima reunião, em agosto.

A desaceleração da economia se manteve em caráter global, segundo a divulgação dos últimos índices, sendo que a Alemanha, EUA e Reino Unido apresentaram os números mais baixos em três anos.

A crise econômica mundial atingiu o Brasil em cheio, principalmente nesse primeiro semestre, porém grande parte dos analistas acredita que o país tem condições e potencial para manipular as adversidades, o que não significa que passaremos sem pagar a nossa parte. O Brasil não é uma ilha, como disse a presidente Dilma Rousseff, sobre o impacto da crise em nossa economia.

O governo deverá anunciar um grupo de medidas anticíclicas para agosto e setembro, com mais incentivos para reerguer a atividade econômica, bem como o humor dos empreendedores, e “salvar” o PIB desse ano, mas de olho nos gatilhos inflacionários.