Pode-se medir a Democracia?

Para muitos exitem países decráticos e países não democráticos. Quando se tenta aprofundar nesse assunto, percebemos que fica dificil especificar melhor, e as conceituações passam a ter um carater subjetivo.

World Audit (worldaudit.org) é uma entidade inglesa, respeitada mundialmente desde 1997, não governamental e sem finalidades lucrativas, cujo principal objetivo é divulgar a “condição humana” através de estatísticas e relatórios divulgados anualmente.

Além de seu trabalho de observação e auditoria ainda lança mão de fontes conhecidas e altamente respeitadas em várias áreas como: Freedom House – órgão de defesa e observação da liberdade, Transparência Internacional (Transparency International), Anistia Internacional (Amnesty International), Human Rights Watch – entidade internacional de monitoramento dos direitos humanos, Comissão Internacional de Juristas (The International Commission of Jurists) e Times Higher Education, organismo que classifica as melhores universidades do mundo.

Os relatórios da World Audit classificam cada um dos 149 Estados-nação com população superior a 1 milhão, portanto, 99% da população mundial.

Sublinha em seu site: Nós definimos a democracia através dos critérios de Direitos Humanos, direitos políticos; Liberdade de expressão e ausência de corrupção pública.

No Ranking Mundial da Democracia usam os seguintes parâmetros: Direitos Políticos, Liberdades Civis, Liberdade de Imprensa, Corrupção e Liberdade Econômica. Usam uma metodologia apurada que é explicada em detalhes em seu site. E os países também podem ser classificados em cada uma dessas variáveis.

Alguns dados interessantes.

No Ranking Geral, o primeiro lugar ficou para a Finlândia, seguida pela Suécia, Dinamarca, Nova Zelândia e Noruega. Os Estados Unidos ficaram em 15º. lugar.

O Brasil ficou em 50º. lugar, porém, na América do Sul temos o Uruguai em 18º. e o Chile em 20º.

Em relação aos países em desenvolvimento que formam os BRICS (Brasil, Russia, Índia, China e África do Sul), nós ficamos atrás da África do Sul (43º.) e Índia (49º.). A nossa democracia é melhor apenas que a China (121º.) e a Rússia (133º.)!

Quanto aos Direitos Políticos, as notas variam de 1 a 7 e carater crescente, nós ficamos com a nota 2. Liberdades Civis, com o mesmo critério, nossa nota foi 2. Liberdade de Impressa ficamos na 56º. posição. E no que tange à Corrupção obtivemos a 54º. colocação.

No que se refere à liberdade econômia no país, nós estamos em 70º. lugar, ao passo que o Chile em 11º. e o Uruguai em 33º.  Nesse ítem ficamos atrás de países como Uganda (59º.), Nicaragua (61º.), Peru (63º.), Albânia (65º.), Guatemala (68º.) e Tunísia (69º.)

Porém quanto ao ranking das maiores economias do mundo, divulgado pelo Centro de Pesquisas para Economia e Negócios (CEBR), nós ocupamos a 6º. colocação, e desbancamos o Reino Unido recentemente. Estamos atrás apenas dos Estados Unidos (1º.), China (2º.), Japão (3º.), Alemanha (4º.) e França (5º.).

E estamos à frente de países como o Reino Unido (7º.), Itália (8º.), Rússia (9º.) e Índia (10º.).

Os números e as estatísticas falam por si, somos hoje uma das maiores potências econômicas do mundo, e isso pelo grande mérito de diversas administrações que tivemos nas últimas décadas.

Mas a Ditadura Militar já se foi há quase 30 anos e apesar da propaganda que se faz, nossa Democracia está muito longe do mínimo esperado em relação ao nosso desenvolvimento. As liberdades civis, a liberdade de imprensa e principalmente o combate à corrupção têm que ser prioridades para qualquer governo que queira fazer do Brasil uma verdadeira Democracia.