O BRASIL QUE EU QUERO

O Brasil que eu quero é diferente do Brasil que é possível. Acreditar que
nosso País irá transformar-se em curto prazo em exemplo de transparência e
retidão, berço da igualdade social, que deixaremos o preconceito de lado,
que nosso DNA voltado a levar vantagem em tudo vai desaparecer, que nossa
educação formará líderes arrojados e de caráter, que a saúde será para todos
e que os direitos e deveres serão prerrogativas, é o mesmo que crer em Papai
Noel. Forjamos o jeitinho brasileiro ao longo de séculos. Aquele mesmo
jeitinho que na década de 1940 fazia sucesso em chanchadas com sambistas de
roupas listadas acompanhando uma portuguesa com bananas na cabeça. Repetido
exaustivamente nos últimos tempos e recentemente elevado ao maior problema
nacional, o termo corrupção é definido “como a utilização do poder ou
autoridade para conseguir obter vantagens e fazer uso do dinheiro público
para o seu próprio interesse, de um integrante da família ou amigo.” No
limiar do século XVI o governo português destacou o experiente Vasco da Gama
para comandar a armada que rumaria a Índia, e que no caminho viria descobrir
o Brasil. De última hora, sem explicações, o comando foi assumido pelo
inexperiente fidalgo, Pedro Álvares Cabral. A mudança foi “articulada” e bem
paga a “puxa sacos” do rei D. Manuel I. Provavelmente o primeiro ato de
corrupção envolvendo o Brasil, antes mesmo de ele existir. Já há quem diga
que a carta escrita por Pero Vaz de Caminha, em 1º de maio de 1500
comunicava ao rei português D. Manuel I o descobrimento do Brasil, é de fato
o primeiro registro oficial de corrupção em nosso País. Na visão de Caminha,
o texto descreve o território recém-descoberto e ao final, solicita que seu
genro, Jorge de Osório, que foi preso por assalto a uma igreja e agressão a
um padre fosse solto. O caso é costumeiramente confundido com um pedido de
emprego, o que não é verdade, foi ato de corrupção. O Brasil de hoje em dia
não é o mesmo do ano passado. Estamos passando a limpo nossa história, e
nosso País está mais justo, anos luzes daquilo que desejamos, mas é um
grande começo. Temos que lutar com persistência para que não retrocedamos um
milímetro do aprimoramento. Temos que forjar outra nação, baseado na
liberdade, igualdade e fraternidade, punir todos que erraram e cobrar dos
que querem servir o povo. Devemos rever nossa nação baseando-a na família,
religião e educação. O Brasil que eu quero já começou!