DESAFIOS PARA O PRÓXIMO PRESIDENTE

A história das economias nos revela lições que, quase sempre, governos populistas, não somente deixam de considerá-las, mas, mais que isso, persistem nos erros cometidos no passado, priorizando  projetos que os levem  à permanência no poder, independentemente, dos efeitos negativos no futuro para a Sociedade. Foi exatamente isso que aconteceu com o Brasil.

O crescimento econômico ou ainda, mais significativo, o desenvolvimento econômico de um país, deve acontecer sobre bases reais e sustentáveis, para que o “multiplicador da atividade econômica” se prolongue ao longo do tempo e produza aumentos sistemáticos do emprego; da renda; do produto; dos investimentos; das receitas tributárias e da riqueza. Qualquer atalho superficial, como, por exemplo, aumento substancial de crédito para consumo nos segmentos de baixa renda da sociedade, produz um bem estar social e um aumento da atividade econômica, para o curto prazo, mas são insustentáveis no longo prazo. Produzem, além de benefícios políticos para o grupo no poder, alegria no curto prazo para as famílias e tristezas no longo prazo.

A travessia de uma fase para a outra é tremendamente dolorida e desafiadora para as camadas mais débeis da sociedade.

O Brasil iniciou, a partir do ano de 2.000, com o Presidente Fernando Henrique Cardoso, um programa de transferência de renda para os mais pobres e, a partir de 2003, com o Presidente Lula, o programa foi ainda mais ampliado, o que foi muito importante para o País. Mais tarde, todavia, consolidou-se programas, como o “crédito consignado”; “minha casa minha vida” e “minha casa melhor”, com créditos crescentes e sucessivos, além da capacidade de pagamento, para cerca de 38 milhões de brasileiros, o que produziu um crescimento econômico superficial e a reversão da economia mostrou os resultados desses processos, com uma  grande recessão econômica, fechamento de cerca de 3,5 milhões  de empresas e quase 27 milhões de trabalhadores entre desempregados e subutilizados.

Ainda respiramos, porque temos uma inflação de 4% ao ano; juros baixos e de 6,5% ao ano; reservas internacionais de US$ 380 bilhões; investimentos diretos dos estrangeiros, próximos de US$ 60 bilhões ao ano e baixo nível  de déficit externo, porém, temos um elevado déficit fiscal e uma dívida interna insuportável, entre muitos outros problemas, como a educação, saúde, segurança, crescimento econômico e emprego. Esses serão os grandes desafios para o próximo Presidente.

MESSIAS MERCADANTE DE CASTRO é professor da UNIANCHIETA e autor do livro “O Gerenciamento da Vida Pessoal, Profissional e Empresarial” – Ed. M. Books-SP e gestor de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Jundiaí. E-mail: messiasmer cadante@terra.com.br