A Cúpula das Américas

A 6ª. Cúpula das Américas, sob os auspícios da Organização dos Estados Americanos (OEA) se realizou em Cartagena das Índias, Colômbia por dois dias e terminou domingo, 15 e os resultados finais revelaram um grande fiasco.

O assunto principal foi o veto da presença de Cuba na Cúpula sustentado pelos Estados Unidos e Canadá. E por isso o presidente Rafael Correa do Equador boicotou a reunião desse ano.

Em sessão plenária, os líderes da América Latina exigiram a participação de Cuba nas próximas Cúpulas, ou essa seria a última reunião dos dirigentes dos países do hemisfério o que inviabilizaria o novo encontro, que teria como país sede o Panamá.

O anfitrião, o presidente colombiano Juan Manuel Santos e grande aliado dos Estados Unidos qualificou como “inaceitável” manter Cuba fora do próximo encontro.

“O isolamento e a indiferença têm mostrado sua ineficácia. No mundo de hoje, não há justificativa para esse anacronismo” disse Manuel Santos no discurso de abertura.

Essa declaração se transformou em uma posição uníssona e irredutível de todos os demais líderes participantes.

Um grupo de esquerda dos países latino-americanos, ALBA (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América), integrada por Equador, Antígua e Barbuda, Cuba, Dominica, Venezuela, Bolívia, São Vicente e Granadinas e Nicarágua já confirmou o compromisso de não participar de qualquer reunião da OEA, se Cuba não estiver presente.

A questão é que a China ultrapassou os Estados Unidos como o maior parceiro comercial dos países da América Latina, o que encorajou os líderes a peitarem Obama desta vez, sendo que Cuba nunca participou das Cúpulas anteriores.

O outro lado da moeda é que Obama, apesar de seus discursos na campanha presidencial de 2008, tenha usado um tom amistoso e flexível em relação a Cuba, em consonância com a filosofia do partido democrata, está atualmente em plena campanha para a reeleição, que será em novembro próximo.

E nesse caso, precisa tomar muito cuidado para não dar motivos a um ataque dos adversários, uma vez que esta campanha está se transformando num dos combates mais irascíveis, entre Republicanos e Democratas, da história eleitoral americana.

Qualquer deslize de Obama nesse assunto agora seria uma atitude kamikaze, entregando de bandeja a oportunidade de uma tremenda ofensiva em casa, uma vez que os adversários rejeitam qualquer concessão a um regime comunista, o que é visto como uma violação dos direitos democráticos e humanos de seu povo.

Houve também a proposta da Guatemala para a legalização do consumo de drogas, porém sobre esse assunto não se chegou a lugar nenhum.

Obama se manifestou que não era contra novas alternativas no combate às drogas, tema que os Estados Unidos estão empenhados desde 1971, mas se opõe, de maneira absoluta, à descriminalização ou legalização das drogas.

E ainda, para quem foi à festa teve oportunidade de presenciar dois fatos pitorescos.

O escândalo do esquema de segurança do presidente americano, onde 11 agentes secretos foram mandados de volta para casa, por causa de má conduta, ou seja, mais propriamente envolvimento com prostitutas da cidade e o calote no pagamento, pelos serviços prestados!

E o segundo foi o “piti” da Sra. Cristina Kirchner que abandonou a Cúpula das Américas domingo pela manhã, irritada porque nenhuma menção ou discussão foi levantada sobre a soberania das Malvinas e portanto, o caso não foi mencionado no documento final do encontro. Será que ela acredita mesmo em Papai Noel?

Enfim tudo passou como nada se passasse! Isso porque os líderes não tinham objetivos e nem interesses definidos, apesar de uma agenda interessante. Mas, o que os fatos evidenciaram foi que os dirigentes das Américas se preocuparam unicamente em usar essa oportunidade para como palanque político-demagógico, para a autopromoção e bravatas em forma de discursos, dirigidos a seus respectivos eleitorados.

Fonte: tipnews.info