BOM SENSO E AMBIENTALISMO

O ativismo ambiental é importante ação que equilibra
interesses, porém quando é antiquado e sem alinhamento com a
contemporaneidade pode trazer desfechos negativos que aumentam o sofrimento
da população. Deve-se sempre comparar os custos que pagamos pelo não
desenvolvimento com os impactos ambientais que proporcionamos no ato de desenvolver. Questões como saúde da população, perda de horas de trabalho de
milhões de pessoas em congestionamentos, não foram levadas em consideração
no entrave do trecho sul do Rodoanel. Essa importante via de progresso é uma
grande obra que o governo está finalizando após inúmeras audiências públicas
e acordos judiciais com o Ministério Público Estadual e o Federal. Não há
menor dúvida de que o projeto aprovado é melhor do que o apresentado
inicialmente pela Dersa, mas há poucas dúvidas de que o seu licenciamento
poderia ter ocorrido em muito menos tempo, caso tivesse havido mais
racionalidade na discussão das vantagens evidentes que trará à população do
estado. Estados que não têm adotado estratégias sustentáveis e rápidas
estão pagando caro. Apesar de centenas de milhões de pessoas ao redor do
mundo continuarem abaixo da linha da pobreza, outras centenas de milhões
progrediram, sob muitos pontos de vista, no último século. Este progresso
tem um custo ambiental, porque a medida que o consumo aumenta, é preciso
ampliar a área dedicada à agricultura, construir novas indústrias, estradas
e outros meios de comunicação. É impossível ter isso tudo sem interferir no
meio ambiente em que vivemos. O ativismo ambiental hoje não deve apenas
denunciar e opondo-se ao progresso, se faz necessário propor soluções. A
ação de alguns grupos mal informados, sem nenhuma argumentação técnica
consistente, atrasa o licenciamento ambiental de obras que podem melhor a
qualidade de vida das pessoas. Viver de retórica não é mais usual, o que se
faz necessário são argumentos corretos e bem embasados para que meio
ambiente, sociedade e prosperidade andem lado a lado.