A IMPORTÂNCIA DO CONSENSO NAS REFORMAS

Caminhando para o término do primeiro semestre deste difícil ano de 2021, uma pergunta pertinente que, aliás, é bem possível que seja de senso geral, é a de até que ponto a pandemia do Covid-19, dará a todos nós, aos agentes econômicos de forma geral e, enfim ao País, um grau maior de liberdade, de desprendimento e de segurança para que todos possamos, com confiança, ir e vir, transacionar, estudar, etc.

Estamos no Brasil, com aproximadamente 70 milhões de pessoas vacinadas com a primeira dose e cerca de 25 milhões com a segunda dose e não temos segurança. O esforço do governo nas três esferas; da saúde pública e privada; do carpo médico e equipes, tem sido incomensurável, incessante, incansável e determinado em vacinar, tratar e salvar vidas, mas, até aqui, não tivemos sequer uma trégua acalentadora.

Em meio a essa tempestade que deixa a todos sem uma visão clara do presente e perspectivas para o futuro, o governo, empresários e trabalhadores permanecem trabalhando com afinco e determinação na busca do melhor alcance para os seus objetivos.

Com todas as dificuldades, a economia brasileira vem obtendo resultados favoráveis em vários setores da atividade econômica, que propiciam um ambiente de “efeito multiplicador” que, gradativamente, vai animando outros setores interdependentes.

No agronegócios, o Brasil está colhendo uma safra recorde de grãos da ordem de 277 milhões de toneladas e despontando como o maior produtor de alimentos do mundo, capaz de alimentar um bilhão de pessoas. Com o crédito destinado agora para a safra de 2021/2022 de R$ 250 bilhões, a expectativa da Ministra da Agricultura é que poderemos chegar no próximo ano com uma produção de 300 milhões de toneladas de grãos. Somos também um dos maiores produtores-exportadores do mundo de proteína animal e minério de ferro.

De janeiro a maio deste ano, o Brasil exportou o recorde de US$ 110 bilhões, com um crescimento de 31% sobre igual período de 2020; importamos US$ 81,5 bilhões, com 21% a mais também. Tivemos, portanto, nesses cinco meses, um superávit comercial de US$ 27,5 bilhões, com um crescimento de 74% sobre 2020. Nossos principais parceiros no exterior estão experimentando um crescimento econômico

robusto, como a China, Hong-Kong, Macau, Estados Unidos e União Europeia.

O mundo está olhando para a excelente oportunidade de investir aqui no Brasil e, nos últimos doze meses, de maio/2020 a abril/21, recebemos de Investimentos Diretos dos Estrangeiros US$ 41 bilhões.

O valor está crescendo e, neste ano, deverá ficar próximo a US$ 60 bilhões. São investimentos que ficam no país e produzem riquezas, geram empregos e pagam impostos.

O fato de que os Bancos Centrais da União Europeia e dos Estados Unidos – Federal Reserv terem anunciados que não aumentarão seus juros básicos no curto prazo, vem provocando um volume acentuado de recursos externos para serem aplicados em “Carteira de Títulos” no Brasil, que já recebeu cerca de US$ 33 bilhões neste ano.

A soma dos recursos que estão entrando no País (oferta de divisas), somadas aos dólares do superávit comercial, além dos reflexos positivos dos juros internos maiores que no exterior, vem provocando uma queda do dólar frente ao Real, o que ajuda a combater a inflação interna e recoloca o Brasil como a 8ª maior economia do mundo, além, e, seguramente, de possibilitar, até o final deste ano, um razoável crescimento das reservas internacionais, que, em abril p.passado, estava em US$ 35l bilhões.

Dados do Banco Central indicam que o PIB – Produto Interno Bruto deste ano poderá crescer perto de 5%.

Com o aumento da arrecadação, a relação dívida interna x PIB, deverá ficar em torno de 87%, sinalizando uma melhor liquidez do País.

Precisamos avançar prioritariamente com a vacinação e, em sequência, com as Reformas Administrativa e Tributária de forma consensada com os agentes econômicos e consciente.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia na Unianchieta e Consultor de Empresas.